Carta - O bem mais precioso

São Bernardo do Campo, 15 de março de 2013

Ilustríssimo senhor Prefeito Luis Marinho,

Envio-lhe esta carta com o intuito de pedir para que o senhor tome providências ou alerte os representantes das indústrias que por descuido poluem os rios com restos  de materiais e produtos químicos, por exemplo, o mais rápido possível, porque nós, grande parte da população infelizmente estamos insatisfeitos com a qualidade da água que chega a nossas casas e também é desagradável passar por perto de algum rio  e vê-lo que o mesmo está poluído, pois também o fedor invade as casas e os moradores ficam revoltados.
Gostaria de receber atenção e que esse problema fosse resolvido urgentemente, afinal à água é um recurso precioso, que todos nós precisamos dela para sobreviver, pois ela tem uma função muito importante dentro de nós, mas também com a péssima qualidade da água dificulta na hora de tomar banho, escovar os dentes, lavar a louça, as roupas e entre outras atividades do dia-a-dia.
Não aguentamos mais convier com essa situação. Eu não sou a primeira, mas espero ser a última enviar uma carta para o senhor, pois já faz mais de cinco meses que pedimos vossa atenção e esperamos uma solução.
Queremos apenas que a nossa água seja tratada com respeito e todos os dias tentamos recuperar essa preciosidade que pelo o que estamos vendo não está recebendo a importância necessária.
Aguardamos uma solução!
Atenciosamente, Rafaella Guimarães.

Um Sonho Ficctício


   
Imagem retirada do site Blog PB


  No clarão do meio-dia, Pedro caminhava pela terra quente e seca. Tudo que ele queria era encontrar uma sombra para dar uma pausa em sua caminhada.
     Ao subir ao morro atrás das dunas avistou uma pequena sombra e foi ali mesmo que Pedro acomodou-se e cochilou por algumas horas.
     De repente Pedro foi surpreendido por dois pequenos esquilos, assustado mandou os irem embora e eles disseram que não iria, Pedro ficou extremamente assustado quando viu que os esquilos falavam. Ele, na mesma hora, levantou-se e começou a sair de fininho, mas os esquilos perceberam e disseram:
     - Onde pensa que vai sem antes nos conhecermos?
      Pedro gaguejando respondeu-lhes:
     - E-e-e-eu vou voltar para casa.
     - Opa! Voltar para casa? Antes de conhecer esse lugar maravilhoso, com um ótimo clima, onde todos nós nos divertimos o dia todo? Nada disso rapaz! - Disse os esquilos.
     - Ótimo clima? Como assim? - Disse Pedro sem entender nada.
     - Venha com a gente! - Exclamou os esquilos. - Vamos lhe mostrar o lugar que vivemos.
     Sendo empurrado pelos pés, Pedro acompanhou os esquilos e ficou surpreso com o lugar, as flores e os outros animais falantes.
     Pedro e os esquilos conversaram e caminharam por um bom tempo, quando ouviram uma voz que se aproximava chamando por Pedro e foi quando seu amigo Davi disse:
     - Ei Pedro acorda cara, onde você estava?
     Pedro ainda sonolento, respondeu:
     - Não sei muito bem onde estava só sei que era realmente maravilhoso.
     Agora foi à vez de Davi não entender nada. "Você só pode estar ficando maluco. Vamos embora porque já está tarde e estou com fome, imagino que você também esteja.”
     Então Pedro e seu amigo começaram a voltar para casa tentando esquecer o sonho.

Cem anos de perdão - Clarice Lispector

Livro "Felicidade Clandestina" - 1971
Imagem retirada do site  Livros são ventos



Cem Anos de Perdão, conto de Clarice Lispector, está incluído na obra Felicidade Clandestina, de 1971.

 O conto fala de duas pequenas amigas que moram em Recife e gostam de passar pelas ruas onde só tem casarões e ficam escolhendo qual casa seria a delas.

Mas enquanto passam pelas ruas avistam uma casa que parece um pequeno castelo, com um canteiro cheio de flores, mas quando uma das meninas se aproxima mais da casa vê uma rosa linda, diferente de todas as que já tinham visto antes e fica completamente apaixonada e decidi roubá-la.

Pede para que sua amiga lhe acoberte observando as janelas para ver se alguém aparece; então a menina abre o portão e sai correndo silenciosamente e com o coração acelerado para roubar a rosa, quando a pegou voltou correndo para fora da casa e ficou mais encantada ainda e enfim podia chamá-la de "minha".

Achou tão bom que simplesmente passa a roubar rosas seguindo o mesmo processo da primeira vez com  a ajuda de sua amiga.

A menina também roubava pitangas em uma igreja próximo de sua casa.


 Nunca ninguém soube. E diz que não se arrepende do que fez, afinal "ladrão de rosas e de pitangas tem 100 anos de perdão".





Veja o conto completo em: Clarice Lispector

Feliz Aniversário - Clarice Lispector


Livro "Laços de Família" - 1960
Imagem retirada do site UOL


Feliz aniversário, conto de Clarice Lispector, está incluído na obra Laços de família, de 1960.

O conto mostra que é aniversário de D. Anita, uma senhora que completa oitenta e nove anos, mãe de sete filhos, mora com sua filha Zilda. 

Zilda decidi chamar alguns familiares para reunir-se e comemorarem a data. Os filhos vão chegando de pouco com as esposas e os filhos.

A filha arruma a casa e os preparativos. Zilda não prepara a festa por querer agradar a mãe, mas sim por obrigação. Assim se sente revoltada por ter de arcar com a festa absolutamente sozinha, pois nenhuma de suas cunhadas ou irmãos se preocupam em ajudá-la.

A festa de D. Anita era para ser algo muito especial, um momento de união entre a mãe e filhos, mas não, todos estão lá para não deixarem de ir.

D. Anita sabe que todos estão lá não é por carinho á ela e por dentro estão pensamentos negativos sobre os seres infelizes que gerou.

D. Anita cospe no chão como um sinal de insatisfação com a família que tem e provoca raiva na filha Zilda.

 Todos surpresos com as atitudes da aniversariante, faz com  que antecipe o fim da festa e os filhos, que não se davam muito bem e quase nunca se viam ou se falavam, despediram antecipadamente.

 Com isso mais uma vez D. Anita percebe que a festa de aniversário foi apenas feita de aparências e relações falsas.

Leia o conto completo em: Releituras


Biografia de Clarice Lispector


Imagem retirada do site Releituras

Clarice Lispector nasceu no dia 10 de dezembro de 1920 na Tchetchelnik Ucrânia - Rio de Janeiro, seus pais chamavam-se Pinkouss e Mania Lispector. Clarice passou a infância em Recife, em 1928 começou a freqüentar um grupo escolar e aprendeu a ler e a escrever.
No dia 21 de setembro de 1930 morre a mãe de Clarice. Nessa época, já com nove anos estudava piano, hebraico e iídiche, nesse mesmo ano a menina escreveu uma peça intitulada “Pobre menina rica”. Apreciava a leitura desde pequena, como não tinha condições financeiras para comprar livros (a família nessa época passava por uma crise financeira), pegava emprestado com uma amiga, cujo pai era dono de uma livraria. Em 1935 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha. Em 1944, recém-casada com Maury Gurgel Valente um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra.
Depois de uma longa estada na Suíça e Estada Unidos. Em 1948, deu luz ao seu primeiro filho, Pedro. Em 1953, nasce nos Estados Unidos seu segundo filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separou de seu marido e voltou a morar no Rio de Janeiro. Em 1966, sobrevive a um incêndio em seu quarto que a deixa três dias entre a vida e a morte e quase provoca a amputação de sua mão direita, fortemente queimada.
Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977). Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais "A Noite" e "Diário da Noite".
Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo. Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977, de câncer no ovário e foi enterrada no cemitério Israelita do Caju. 



Para saber mais sobre as obras de Clarice, acesse: Obras da autora

Entrevista com Clarice Lispector





 Em sala de aula assistimos esta pequena parte da entrevista com Clarice Lispector, concedida no ano de 1977, pela TV Cultura.
Durante a entrevista, Clarice é bem clara e direta com suas respostas.
Revelou que não era a única da família que gostava de escrever. Sua mãe e suas irmãs escreviam também, porém apenas sua mãe não publicava suas obras e Clarice havia descoberto isso há pouco tempo.
Como Clarice mesmo disse na entrevista, começou a escrever antes mesmo dos seus sete anos de idade.
Clarice não considerava a literatura como sua profissão, pois não tinha nenhum objetivo com isso, apenas escrevia quando sentia vontade.
Escrever era uma forma de livrar-se de si própria. Quando não escrevia, sentia-se morta.
Sempre achou mais fácil escrever para crianças do que para adultos, dizia que as crianças  eram mais inocentes. 
Os textos de Clarice eram muito complexos e disse que seu conto preferido era “O ovo e galinha”, que por sinal é difícil de entender.
 Clarice tinha um sotaque europeu, misturado com nordestino e carioca e tinha a língua presa. Ela não queria realizar a cirurgia para “consertar” a língua, pois era um processo doloroso. 
Durante a entrevista da para perceber que Clarice estava abatida devido ao câncer, que no mesmo ano infelizmente veio a falecer.


Para saber mais, assista a entrevista na integra, acesse: Entrevista completa